27 de outubro de 2010

Ao Som de Misguided Ghosts

Algumas palavras parecem não bastar, acho que o Aurélio não me compreenderia. Nem se eu soletrasse. Isso começou há alguns anos, perdendo partes de mim. E hoje, vago com buracos enormes, tentando fazer com que curem. Esperando, implorando que tudo fique bem. Que eu seja uma pessoa completa, e parece que quando encontro uma solução, já mudaram todas as perguntas, e eu fico sempre a ver navios.
Sinto falta de mim.
Na verdade não existem culpados, eu sou a culpada, se me roubaram de mim, eu dei permissão. E estranho ver aquela pessoa que um dia foi A pessoa, seguindo o caminho dela. E você fica ali escondido, olhando, com medo de ser percebido. É estranho passar a ser uma mãe pra uma pessoa que você já imaginava, aquela que olha nos seus olhos e você pensa "Quanta Responsabilidade!". Se um dia fui uma namorada gentil, legal, que tenta agradar a cada segundo. Que faz presentes inesperados, que diz declarações aleatórias, hoje me martirizo, porque não consigo soltar nem um "Te Amo" sempre que desejo. É estranho ser a mesma menina, no mesmo corpo mas, sentir que cada milímetro do seu corpo trabalhando. Meu sangue correndo em minhas veias, sinto mas, não entendo. Me molho mas, não fico molhada. Sorrio mas, não sei a finalidade.
Se ontem eu gargalhava de sentir dores abdominais, hoje um sorriso passa a ser um esforço estranho. E fico imaginando, será que meu futuro será amargurado, eu não quero isso! Mas, não consigo ser de outra forma.
Ontem caí na real, que todo dia eu penso que está sendo diferente mas, na verdade são todos iguais o que muda são os dias no calendário.
E ae eu penso, nossa já é Novembro! Eu vivi um ano nas sombras. Eu perdi um ano, eu ganhei um ano, eu me retirei de mim por ANOS. Quanto desperdício. Mesmo que eu não aponte culpados, gostaria de que devolvesse parte do meu coração. Pra que eu possa colar e tentar fazer algo novo. Será que funcionaria?

Bem, é isso. Por ontem, hoje e não sei se por amanhã.
Espero todos os dias uma reviravolta que nunca vem, uma novidade esquecida e um sentimento sumido.

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